Aprender a voar….
Sem de chance voltar a errar, não costumo tropeçar duas
vezes na mesma pedra.
Aprendo facilmente o caminho. Se um dia acordei e notei
que estava no lugar errado, emendei esse erro. Mudei-me. Alias, não fui eu que
me mudei, foi o caminho que mudou, eu permaneço a mesma que sempre fui.
Não olho
para trás com arrependimentos, limito-me a encarar o horizonte e a imaginar
novos traços além do que a vista alcança. Dizem que isso se chama futuro, mas
eu não estou totalmente convencida disso. Para mim, futuro é outra coisa.
Contudo,
continuo a sonhar. Viver sem essa capacidade não é viver, é apenas existir. E existir,
só, não basta. É preciso que sejamos sempre acompanhados do sonho. Elevar a
alma para lá das possibilidades, sem limitações, sem barreiras, sem leis. As leis
só existem porque na verdade o Homem não sabe gozar em pleno a sua liberdade
sem por em causa a do outro, no fundo não sabe sonhar. Assim como o inferno
está cheio de bem-intencionada a Terra está cheia de maus sonhadores.
Quando somos
crianças, essa a capacidade de voar parece-nos natural, mas à medida que vamos
crescendo as asas vão ficando cada vez mais pequenas, até que quase perdemos a
capacidade de as usar. Mas podemos reaprender. Com vontade tudo se consegue.
Mais que um capricho, voar assim como sonhar é um milagre de primeira
necessidade.