Sublimes pilares da força interior, capazes de construir, com a mesma subtileza,
grandes obras e guerras sem fim. Forjadas na revolta da criação, são hoje membros de um corpo capaz de edificar-se a si mesmo e a outras obras, de uma outra natureza.
Dizem que é duro edificar-se, não será por ventura mais duro que deixar-se demolir sobre os próprios alicerces. As mãos que erguem são as mesmas que caem quando o leito arrefece e a jornada se avizinha escura.
Seria mais fácil deixar-se nascer de novo, se a vida construída não fosse por si só uma nova vida, todos os dias, e todas as noites.
São as dúvidas cultivamos que nos minam a vontade de crescer, porém é às nossas mãos que elas se moldam tomando formas tão distintas, quase parecendo fortalezas impenetráveis.
E E, no entanto, temos duas mãos. As mesmas que edificam as muralhas, as mesmas que escalam montanhas de fé, as mesmas que agradecem a graça concedida e as mesmas que juntas se deitam depois do dever cumprido. Também elas procuram outras tantas capazes de unir-se, capazes de criar laços inquebráveis. Uma mão, quando encontra o seu par, e se enlaça, sabe que encontrou na terra, uma espécie de céu. E bastará a simplicidade do seu toque para erguer toda uma vida. Uma mão lava a outra e as duas constroem o infinito.
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