sábado, 29 de março de 2014

A chama que arde por nós...

Permito-me guardar, do pouco de ti que me mata a sede
Meu corpo é deserto exigente, 
Frágil, tão frágil quanto o silêncio que nos denuncia
Tão intenso como os ventos que nos separam.

Incondicionalmente, ama-se em tempos de ira
e a guerra nunca mora ao lado
vai demorando, e quase moribunda
rende-se nos meus braços...

Quase ganha sopro de vida,
um pedaço de vontade feita de cristal,
prestes a quebrar-se, bem no peito da minha mão...

Quase se levanta das cinzas
a pequena brasa bailando ao vento
é filha de morno fogo
que se apaga a qualquer momento.

É a chama que arde por nós
nos longos tempos em que a palavra nos falha
nisto das batalhas do coração
há sempre uma vela que se apaga. 



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