domingo, 18 de maio de 2014

Por a escrita em dia…


Não tenho tempo
não tenho asas…
o tempo apenas voa sobre mim.
Arrasta-se aos pés da minha sombra
quase dobra a minha vontade de ser,
de ser mais do que o nada.

Não quero nada
se não o pecado de existir
sentir  o arrepio da vida
E deixa-lo fluir,
fluir sobre as minhas páginas em branco.

E o branco é tão puro
tão próximo da minha desgraça
da frieza que vai passando com os dias
do furor que cobre a alvura destas linhas…

Porque há dias de por água na fervura
e há dias de ferver nas entrelinhas
Só puxando as rédeas do tempo
Se descobrem as nuvens 
Pintando um céu de prata.

E aqui, sentada no colo do tempo
De rédeas bem esticadas
Não sobra mais nada
Tenho a vida sentada ao meu lado
Proseando com a gente que passa
De vez em quando fala comigo…

Enquanto ponho a escrita em dia. 



 

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