segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pensamentos a retalho # 12- Cronos- Caprichos de um senhor chamado Tempo

Olhando para os tantos fins de tarde da nossa vida, vislumbrando as mesmas pegadas na areia molhada. Paragens no tempo. Não, o tempo não nos concede o direito de parar. Ele corre, esgueira-se pelas ruelas famintas do nosso ser. Nós, como fieis seguidores, seguimos ordeiramente sem levantar grandes questões. Talvez por não reflectirmos sobre essas reticencias que se vão cruzando connosco por ai, ou por pura preguiça. 


Incógnitas. Mas o que seria da vida sem os seus muitos imprevistos, sem as pausas forçadas e audazes? Nada. Não seria nada. E os dias vão passando. O mundo vai acabando todos os dias, a casa segundo. Não só para quem parte rumo às estrelas, mas também para quem fica. Lágrimas são como rios. Tão profundos e de caudal tão denso. Haja coragem para as cessar. 

Precisamos de aprender a lidar com sentimentos de perda. Abrir as mãos, deixar partir aquilo que não nos pertence, abraçando apenas as doces lembranças que ficam. As lembranças ficam sempre. Inscritas em tudo aquilo que somos. Na verdade, são as perdas que nos fazer maiores. Os ganhos enchem-nos os olhos de orgulho e o orgulho rouba-nos a capacidade de ver mais longe. Não adianta pensar no que deu errado, é necessário mais que isso. É levantar-se e dar as mãos ao tempo, correndo lado a lado e quando o cansaço nos pesar no coração, teremos sempre o colo das areias do tempo, e um belo por do sol para admirar.


Pode até chover, mas todos os dias a noite dá lugar a um novo dia, e o que partiu não tardará a chegar. Nem que seja por ironia do destino. Também as aves partem a cada inverno mas regressam a tempo de aclamar a primavera. Também o coração se revigora a cada batida... também tu te demoras no colo do tempo, enquanto o tempo se apressa dentro de ti.



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