Morreste-me é uma pequena grande ficção nascida no ano 2000. Trata-se de uma prosa sentida e dedicada ao pai do autor e ao vazio que a sua morte deixou. E o que dizer sobre? Um texto absolutamente profundo, sentido, chegando nós mesmos a sentir o peso a ausência, a amargura da perda, a saudade.
Quem de nós nunca perdeu? Ou irá perder... É impossível ficar indiferente. A narrativa compreende não só os sentimentos do autor mas toda a envolvência e o clima sentimental que são criados a quando o retorno à casa da sua infância, à casa do seu pai. Quase acompanhamos o autor nesta visita, neste retorno aos confins da memória e ao recordar os ensinamentos da infância.
E é claro que levou 5 estrelas no Goodreads.
“Pai. A tarde dissolve-se sobre a terra, sobre a nossa casa. O céu desfia um sopro quieto nos rostos. Acende-se a lua. Translúcida, adormece um sono cálido nos olhares. Anoitece devagar. Dizia nunca esquecerei, e lembro-me. Anoitecia devagar e, a esta hora, nesta altura do ano, desenrolavas a mangueira com todos os preceitos e, seguindo regras certas, regavas as árvores e as flores do quintal; e tudo isso me ensinavas, tudo isso me explicavas. Anda cá ver, rapaz. E mostravas-me. Pai. Deixaste-te ficar em tudo.”
2015 Reading Challenge- um livro com menos de 100 páginas - OK
Sem comentários:
Enviar um comentário