do desespero brotaram espinhos
criados pela falta de carinho
rompendo com imponência
a cor de outros dias.
petalas sedentas de amor
regadas apenas por gotas de orvalho
que teimavam em cair do céu todas as manhas, com orgulho.
o coração permanece fechado
longe dos beijos do dia
esperando aqueles pós de magia
para desabrochar em pleno.
Mas se a rosa se abre na sombra
jamais lhe verão a beleza
nem saberão as notas do seu aroma
ficará esquecida na estranheza
escondida nos segredos de outras paisagens.
quis o destino que a rosa
fosse a flor do orgulho
tão negra e tão doce
pálida de dor
tão sentida e desejada
tão escondida, tão amargurada.
se os ventos lhe colhem a candura
as noites geladas cobrem-na de bravura
plantando gotas de sonhos em cada petala tardia
em cada folha nascida.
Mas rosas de orgulho
não sobrevivem à mãe primavera
rendem-se à morte
nas tentações do verão
esgotam-se dentro do próprio coração.
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