domingo, 24 de março de 2013

Pensamentos a retalho # 4 - Ainda há estrelas?




(imagem do Google)
Quando foi a ultima vez que olhaste as estrelas?
Talvez já nem te lembres. Ou talvez nunca tenhas tido tempo para observa-las como elas merecem. Já notaste que quando mais negro se torna o céu mais elas brilham? 
Nem as trevas em toda a sua arrogância conseguem ofuscar-lhe o brilho. Mesmo que poucos sejam aqueles que se perdem nelas. A verdade é que todos falam nelas e sonham tocar-lhes, mas poucos os que se atrevem a olha-las de frente, com aquele mesmo olhar de perplexidade e admiração que só as crianças e os apaixonados conseguem ter. Simplicidade é tudo o que o universo espera de nós. Complicados é tudo o que sabemos ser. Agarra-mo-nos a brilhos alheios desprovidos de qualquer verdade e acabamos completamente seduzidos por eles. Somos fracos, faz parte da nossa condição humana. Assim a natureza nos criou.  

Quando foi a ultima vez que viste o céu nos olhos daqueles que se cruzam contigo?
Talvez nunca o tenhas visto. Será por falta de tempo? Sim, o tempo é sempre a nossa desculpa. Acho que Deus o condenou à eternidade por castigo de tanta ousadia.
De facto, só o brilho nos olhos de alguém se pode comparar ao das estrelas. Há pessoas que nascem com o dom de serem céu. E por mais negras que sejam as suas almas, os seus olhos brilham intensamente. Trazem estrelas dentro de si mesmas. As vezes apagam-se. Mas talvez um sorriso sincero seja suficiente para reacende-las de força e jovialidade. Relações interestelares não se explicam, entendem-se mutuamente. assim se mede a força de um simples sorriso. Pode ser usado sem moderação desde que seja puro e verdadeiro.  É contagiante. Um argumento deveras difícil de deitar por terra. E no entanto parece ser tão subtilmente desenhado. Acaso da naturalidade de ocasião. Não se consegue obrigar os lábios a esboçarem verdadeiramente aquilo que não sentem sem o consentimento da alma e a bênção dos olhos. A boca pode sorrir, mas se o olhar não acompanhar o desenho dos lábios com o seu brilho, então aquele sorriso não valerá nada. Será tão falso como o brilho dos diamantes. Quem se ilude com o brilho dos diamantes nunca entenderá porque brilham as estrelas. Nem porque existem pessoas de olhos estrelados. No fundo, nascemos para ser céu uns dos outros, e para ter a humildade de aprender a brilhar. 


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