segunda-feira, 18 de março de 2013

PAI- uma razão vestida de amor para o resto da vida

(imagem do Google)

Não me lembro desde quando, mas desde que acordei pela primeira vez, sempre lá estiveste. Deste-me a mão. Era tão grande e a minha mão tão pequenina apenas sentiu o teu toque... Ambas estavam calejadas pela dureza do trabalho e no entanto tocavam-me com tanta leveza e suavidade. O seu calor era-me familiar. Já tinha sentido aquele carinho antes. Mesmo antes de te ver, mesmo antes de nascer, eu sabia que eras tu. Aquele amor incondicional que não se explica por palavras, apenas se sente.
 Assim como me deste a vida, acolheste-me em cada passo que dei, amparaste cada queda, enxugaste cada lágrima. Ouvi muitos nãos saírem da tua boca e muitos sims também. Educar é assim, um eterno circulo viciosos de palavras e actos e entre cada nega e cada presente, existe sempre uma dádiva de amor. 
Talvez eu nem sempre tenha tido maturidade suficiente para entender isso no tempo certo. São as dúvidas da idade. Se ser adolescente não me foi fácil, ser jovem na flor da idade também não o é... as dúvidas continuam a minar o caminho. E tu continuas aqui, sempre de braços abertos para me guiar... mesmo quando eu insisto em cair, tu insistes em levantar-me. Dizes que é assim que se aprender. A vida só deita por terra aqueles que sabem levantar-se. Os que não caem na verdade nunca aprendem. E tens razão. Tens sempre razão. Mesmo quando não sabes usar as palavras certas para te fazeres entender, mesmo quando nem sempre decides o que é certo, acabas por acertar. 
As escolhas feitas por amor nem sempre são pacificas porém, nascem sempre no coração. Afinal só desejamos a felicidade daqueles que amamos, não é? Eu tenho um jeito torto de te amar... nem sempre sou aquele poço de carinho... mas eu sei que sabes. Tu conheces-me melhor do que eu mesma. E além disso, tu reveste eu mim, temos o mesmo sangue nas veias, as mesma manias, os mesmos traços... 

E tudo isto chegaria para te agradecer? Não, certamente que não... porque eu vou continuar a cair, a chorar, a errar... e vou continuar a precisar da tua força para me apoiar, do teu olhar de carinho, do teu colo, da tua mão, como da primeira vez que me tocaste... 
E mesmo quando o tempo se perder nas rugas das tuas mãos, eu continuarei a precisar do tempo que me dás... e daquelas conversas longas sobre tudo e sobre nada, iguais as que os pais têm com os filhos, mesmo quando os filhos já sabem o que é ser pai. Costumas dizer que só quando eu for mãe te vou compreender em pleno... e quando esse dia chegar, mais uma vez terás razão. Um PAI tem sempre razão. Uma razão vestida de amor com alguma dor à mistura... mas que o tempo nunca irá apagar.


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